Iladar: Duan - Parte Final

  Duan fez suas tarefas e correu pro empório, seguiu a trilha de sempre até a cidade, hoje a praça estava calma, nada de bandidos sendo enforcados, ele nem ligou pro tempo e começou a andar pela cidade quando deu por si estava na salinha do cemitério mas hoje não havia nenhum corpo, eles haviam sido enterrados, Duan seguiu pra casa sem esperança e já sabendo que levaria uma surra, sem as moedas e sem a carne, ele subiu em uma árvore próxima a sua casa tentando achar uma maneira de sair daquela enrascada que tinha se metido, olhava pro nada quando percebeu que vinha alguém pela estrada, era o velho Tudi, o maldito velho que pagava para violentá-lo e quando queria descontar a raiva pagava para espancá-lo, Duan tentou se esconder desequilibrou e caiu da árvore.

- Mais vejam só essa frutinha está madura  até caiu da árvore acho que vou saborear sem ter que pagar nada. – O velho Tudi foi se aproximando devagar e rindo, Duan tateou o chão, ele sentia ódio e nojo do velho, pegou uma pedra e acertou sua cabeça o velho caiu para um lado e seu saco de ouro para outro.

- Hoje você é que será o prato principal Tudi. – Duan golpeou sem piedade a cabeça do velho, ele descarregou toda a sua raiva, o maldito que adorava fazê-lo sofrer agora é quem sofria, ele olhou o corpo sem vida, que sensação requintada era a morte, tinha que escondê-lo, antes que alguém passasse ali, ele olhou pro celeiro, um tempo depois Duan estava na porta da casa com um pacote, seu tio recebeu.

- Por que demorou tanto?

- É que... O novo empório fica um pouco longe.

- Desculpas, desculpas anda vai se lavar, e mais tarde o velho Tudi vai te visitar. – O tio de Duan falou com malicia. – Tem que recebê-lo bem, afinal ele é um bom cliente. 

  Duan foi para a cozinha, O velho Tudi só seria visto agora em seus piores pesadelos, a Taverna estava lotada a noticia da maravilhosa sopa tinha corrido os arredores e todos queriam provar, Duan adorava a ida a cidade para comprar carne coisa que estava acontecendo todo dia, ele se via livre dos tios e do pessoal que freqüentava a Taverna, ultimamente muitas pessoas novas estavam aparecendo por lá, essas novas pessoas o tratavam bem.

- O velho Tudi sumiu mesmo mulher, aquele velho trapaceiro estava me devendo dinheiro.

- A Zira e a Luy também faz um bom tempo que não as vejo por aqui.
- Estranho, eles sempre estavam aqui, mais não importa, a casa sempre está cheia gora.

- Boa noite senhora, eu ia passando por esses lados e não pude deixar de sentir esse cheiro, é maravilhoso. Poderia me servir o prato responsável por esse delicioso odor?

- Viu mulher? Quem precisa daqueles velhos trambiqueiros, novos fregueses, novos fregueses.

  A noticia chegou até os ouvidos do Comitis da região que mandou um aviso dizendo que iria provar a sopa e queria saber se realmente era algo especial, e se fosse ele iria querer eles como seus cozinheiros particulares, os tios de Duan ficaram eufóricos, pois como cozinheiros do Comitis morariam no palácio ganhariam bem e sairiam daquela miséria.

- Ouviu Duan? Eu e sua tia vamos ter boa vida agora, e vou logo avisando moleque asqueroso nem pense que vai vir conosco, talvez agente te venda pro Velho Tudi.

  Duan sabia o que fazer e seria logo mas antes da chegada do Comitis, ele preparou tudo no celeiro e voltou par a cozinha.

- Duan, o Comitis vai vir aqui hoje provar da sopa que sua tia faz, ainda hoje estaremos nos palácios, só que você nunca falou onde comprar a carne da sopa.

- Bem...

- Sem enrolar desgraçado! Desembucha!

- Já que vocês querem tanto saber, me sigam então.

  Eles seguiram Duan que parou na porta do celeiro, ele entrou.

- Vão ficar ai fora?

  Os tios os seguiram, a escuridão era total.

- Por que aqui está tão escuro Seu infeliz?

- É garoto eu tenho medo do escuro abra essas janelas.

- Às vezes passamos a desejar a escuridão quando descobrimos de que a luz é capaz. - Duan acendeu as lamparinas, e então eles viram corpos por todo o celeiro, as pessoas das redondezas que haviam sumido sangue restos de corpos se decompondo, Duan se aproximou da cabeça do velho Tudi e a chutou, foi para perto de um corpo e começou a esquartejá-lo com uma machadinha, ele ria, o sangue espirrava em seu rosto a cada batida, era uma das velhas que o maltratava Zira e ainda estava viva, eles ficaram mudos sem saber o que falar.

- Pois bem eu sou o seu fornecedor, viram por que eu nunca como em Tavernas? – Duan correu na direção do tio com uma foice em um único golpe ele decepou sua cabeça, a tia tentou se defender pegando uma pá mas teve a mão decepada e logo depois também a cabeça.

- É a sopa de hoje vai ser especial. – A velha chorava de dor e por ver aquela cena, ele virou em sua direção. – Por que derramar suas lagrimas pelos mortos? Sabe me encho de alegria por eles terem sidos mortos por mim. – Ele pegou uma faca e estripou a velha ainda viva.

  Depois de cuidar da velha ele desossou os tios e separou a carne, hoje faria uns bifes de entrada e a sopa realmente iria ser boa, o sabor dos tios deveria ser especial afinal eles só se alimentavam de carne humana, Duan levou a carne para a cozinha e preparou durante a tarde toda a sopa, O Comitis chegou na hora marcada com seus guardas e alguns nobres de seu condado, as atenções estavam totalmente voltadas para ele que provou a sopa e em seguida deu seu veredicto.

- Eu nunca provei uma sopa tão deliciosa em toda a minha vida, que se apresente o cozinheiro.

  Duan surgiu da cozinha com um olhar meio tímido.

- Então é você que prepara essa delicia de sopa?

- Sim vossa alteza. - curvou-se

- Levante-se, Quero que venha para o meu palácio, merecemos saborear a melhor comida e para isso tenho que ter o melhor cozinheiro, onde estão seus pais?

- Eles faleceram, moro com meus tios mais eles fizeram uma longa viajem.

- Seus tios aceitariam que você viesse comigo?

- Sim vossa alteza, eles aceitariam.

- Pegue suas coisas meu jovem, a partir de hoje você é um nobre.
Duan foi pegar as poucas coisas que tinha no celeiro, deu uma ultima olhada pra ele, quem diria que a morte seria a saída de sua vida miserável, olhou pro lado e um gato o olhava com um olhar de súplica.

- O que foi amiguinho? De onde você veio?

  O gato roçou em sua perna.

- Acho que vou te levar comigo, você não merece ficar aqui. – Duan pegou o gato nos braços e saiu, o Comitis o acomodou em sua carruagem, e agora Duan seguiu para seu pequeno reino onde ele seria reconhecido por aquilo que ele fazia de melhor, estava com sono e a última coisa que viu foi um cavalo que vinha assustado do bosque Eron e passou pela carruagem, ao longe fogo iluminava uma parte do bosque, ele adormeceu.
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