Rudy correu apressado pelo corredor escuro tentando
chegar o mais rápido possível no quarto dos pais, rodou a maçaneta, mas porta estava
trancada, sem pensar muito ele começou a bater desesperadamente na porta.
- Mãe! Mãe! Abre a porta, mãe! Abre me ajuda.
- O que aconteceu Rudy? – A mãe correu até a porta.
- O morto, ele me assustou novamente.
- É por isso que não gosto que você assista filmes de terror
antes de dormir. – Ela cruzou os braços encarando o menino com reprovação. –
Você está imaginando coisas, deve ser algum animal chafurdando no lixo.
- Você é muito mole com esse menino Cláudia, volte para
seu quarto Rudy, amanhã tenho que acordar cedo para trabalhar, trabalhar em
dobro para comprar uma nova porta já que você detonou essa. – Falou seu pai vindo na direção da porta com um cinto na mão.
- Mas é verdade pai, o morto puxou o meu pé, ele...
- Chega de mentiras menino vá para sua cama agora. –
O grito ecoou pela casa.
- Por favor, pai eu não quero ir dormir, eu tenho
medo do morto, ele vai me levar com ele.
Cláudia partiu na defesa do filho e enfrentou o
marido, Rudy olhava com medo para o seu quarto agarrado a camisola da mãe, o
pai foi categórico, Rudy teria que enfrentar seus medos, pegou o menino pelo
braço e saiu arrastando pelo corredor, quando o pai se distraiu o menino
agarrou o smartphone que estava na mesinha do corredor.
- Você vai dormir no seu quarto, nada de luz acessa
e se der um pio vai levar uma surra daquelas, entendeu?
- Sim, sim. – Rudy prendeu o choro ele correu para
cima de sua cama e ficou em baixo de seu cobertor tirou o smartphone do bolso e
ligou para sua avó, caiu na caixa postal – Vovó, os meus pais não acreditam em
mim, mas é verdade eu vi um morto. – Rudy chorava, estava descontrolado. – Ele
estava aqui no meu quarto, tenho muito medo, ele disse que vai me levar com
ele, que vem me buscar.
Um barulho no quarto fez Rudy parar de falar, alguma
coisa em baixo de sua cama, algo se arrastava e o barulho foi aumentando, algo pesado, por entre os lençóis viu uma forma negra parada em
frente a sua cama que agarrou suas pernas e o puxou para o chão, sem sair de
baixo do cobertor Rudy gritou.
- Socorro! Mãe! O morto veio me pegar, socorro! Me
ajuda! – Rudy lutava, se debatia.
- Mas será possível? – Seu pai levantou da cama, ele
está pedindo mulher.
- Por favor, o que vai fazer? Ele é só uma criança
assustada. – Rudy gritava cada vez mais, pedia ajuda.
- Não bate nele, ele só tem seis anos, ainda não se
acostumou com essa nova casa.
- Ele vai me levar com ele! Mãe me ajuda! Por favor! Mãe! socorro!
- Não enche mulher, eu sei o que vou fazer. – Ele
foi até o quarto de Rudy que agora estava em silêncio. – Filho. – Ele chegou
junto à porta e empurrou. – Responde menino, eu mudei de ideia só hoje você
pode dormir no nosso quarto, Rudy? – Ele acendeu a luz e viu o menino em meio
aos cobertores no chão, pálido, lágrimas no canto dos olhos e grandes marcas
rochas no pescoço, o pai correu até ele, o abraçou e gritou agarrado ao corpo
gelado do filho.
A mudança foi inevitável, foram para bem longe
daquela casa, daquela cidade, com a culpa nas costas, a casa permanece no mesmo
lugar, e sempre nessa mesma data a meia noite um morador desavisado se torna
vitima da ira do morto, recebendo a condenação de ter a sua alma presa eternamente naquela casa.
Eu acredito nesses coisas deu medo
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