Simone e Alessa pararam em frente à escada rolante enquanto a decoração tradicional de natal era colocada no Shopping, essa era uma das épocas de mais movimento no estabelecimento e as duas resolveram passar o tempo livre jogando conversa fora e vendo um filme no cinema.
- Acredite é melhor estar dentro de um prédio prestes a desmoronar do que ser vista com o Thiago e Cia.
- Coitado do Thi.
- Estou falando sério, ninguém se recupera do suicídio social.
- Ele é fofo, meio lerdo, mas fofo. – Essa era Alessa sempre tentando achar o lado bom de tudo e todos.
- Ele deve ter batido com a cabeça quando nasceu, e batido bem forte. – Essa era Simone, sempre julgando o livro pela capa, sempre achando que seria uma honra para qualquer um ter a sua presença. – Minha nossa senhora do mau gosto. – Ela parou com uma mão no peito e a outra próxima a boca.
- Simone? O que foi?
- Olha só isso.
- Coordenadas, por favor.
- 20 passos a sua frente à direita do homem que parece irmão da Marge Simpson.
- Uma mulher com vestido de bolinhas, o que tem?
- O que tem? Ela parece que recebeu a ajuda de um palhaço Daltônico para se vestir.
- Quanta crueldade Simone, vai escolhendo o filme que vamos assistir que é melhor. – As duas saíram rindo, Alessa foi à lanchonete enquanto Simone escolhia o filme.
- Filme escolhido. – Ela se aproximou por trás de Alessa.
- Qual?
- Vamos assistir a Cabana do Terror.
- Nome meio clichê esse não acha para um filme?
- Ele é totalmente clichê, certamente mais um filme com diálogos fracos e bem colegiais, um assassino que mata sem motivo algum, e personagens nada cativantes que merecem morrer um a um, e o melhor a metalinguagem domina.
- Respira agora.
- Já comprei os ingressos, agora vamos logo antes que aqueles ali com cara de projeto social peguem os melhores lugares. – Ela apontou para uma família feliz.
- Eles vão assistir ao filme?
- Muito triste amiga eu sei, o poder decaiu, já estão aceitando cartão de beneficio social como pagamento. – Simone saiu puxando Alessa e as duas conseguiram chegar antes que as outras pessoas que iam para a mesma sessão, entraram e foram subindo as escadas.
– Lá em cima Alessa, vamos ficar o mais longe possível dos protagonistas de comercial de margarina.
Simone e Alessa chegaram aos lugares desejados, desviaram das cadeiras no caminho, lá em baixo as outras pessoas se acomodavam.
- Acho que cinema devia ser dividido por classe social.
- Simone! Senta.
Simone pegou um refrigerante e sentou, tentou se acomodar.
- Essas cadeiras já foram mais confortáveis. – Apoiou a mão na borda da cadeira procurando apoio. – Ai minha nossa. – Ela levantou olhando a palma da mão.
- O que foi?
- Alguma coisa me furou.
- Onde?
- Aqui na cadeira.
- Levanta, vou iluminar com o celular.
Simone iluminou a cadeira de Alessa e viu uma ponta brilhante que se projetava para fora do estofado, quase imperceptível, ela pressionou o estofado ao redor da ponta, uma agulha surgiu, estava camuflada, oculta, na parte de baixo uma frase escrita com caneta.
“Bem vindo ao meu mundo: HIV”
Revoltado pela indiferença e preconceito das pessoas um portador do vírus HIV resolve fazer com que passem pelo mesmo sofrimento que ele, entra em um cinema, pica seu braço com uma agulha e a camufla no estofado da cadeira, escreve um recado para suas vitimas e vai embora, duas amigas vão ao cinema para descontrair, e por azar uma delas senta na cadeira com a agulha. O mal não tem preferência por inocentes ou culpados, e por vezes gosta de jogar no modo aleatório.
Já ouvi falar dessa lenda não duvido nada que possa acontecer tem doido pra tudo!
ResponderExcluiraqui na minha cidade foi com uma seringa
ResponderExcluirmuito bom esse conto
ResponderExcluirInteressante essa questão de lendas urbanas.
ResponderExcluirVou olhar bem onde eu sento agora
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